quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

COMIDA RECICLADA

Em tempo de vacas magras aproveita-se mais se for tudo ralado, porque até os ossos das pobrezinhas são comestíveis e não dá para notar nada. E ralar é o mote para acabar com o desperdício e a alimentação precária.
O custo de vida hoje em dia, não permite um tão grande esbanjamento dos bens alimentares, e para que isso não aconteça, encontrei a solução reciclando as sobras. Como? Ora vejam:
Toda a comida que sobrar nas nossas cozinhas, será acumulada em sacos de plástico fornecidos gratuitamente (o ideal é guardar no frigorífico, ou na despensa), e serão recolhidos semanalmente por parte das empresas transformadoras. A comida dividida por data de chegada será misturada e posteriormente triturada até ser encontrada consistência cremosa. Enlatada voltará ao mercado por valores irrisórios e acessíveis a todos. Com uma variedade de sabores exóticos e únicos, todas as latas serão iguais para não haver preferências (também ninguém saberia ao certo o composto de cada uma), o que despertará a imaginação sobre aquilo que se está a comer e qual a sua proveniência.
Do rico ao pobre todos darão as suas sobras de comida, sim, porque o dever é de todos!
Imaginem comer numa só refeição e muito bem misturados, restos de:
Arroz de frango de um lar de idosos em Argoncilhe, bacalhau com natas de uma família cigana de Armação de Pêra, salada de atum de um restaurante em Lamelas, leitão assado de um jogo dos regionais na Apúlia e por último o que sobrou de um bolo de aniversário num infantário em Moimenta da Beira. Tudo isto compactado e com aspecto cremoso, numa latinha de quilo, pela módica quantia de 50 cêntimos. Não seria fantástico?
E se vos calha em sorte pelo meio de tantos sabores, restos de caviar, ovos-moles uma coxinha de coelho e ainda o aroma de uma sopinha de espinafres… quanto não pagariam por uma iguaria destas? Pois é, tudo isto ficará pelos tais 50 cêntimos.
Passará fome apenas quem quiser, afinal de contas quase todos comemos paté que é em quase tudo idêntico (já para não falar no “farrapo velho”) e em tempo de crise não há espaço para esquisitices!
Pensem lá nisso e digam-me alguma coisa, porque estou prestes a fazer um estudo de viabilidade e preciso de voluntários para as provas de degustação, e a vocês camaradas já vos coloquei no topo da lista de candidatos, não se preocupem!
Só vejo vantagens e basta boa vontade para um projecto ambicioso como estes poder avançar. Agora que não venha a ASAE levantar problemas, porque para ultrapassar a crise são precisas ideias, e esta é uma excelente ideia!
Bom apetite!

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